28 de junho de 2012

Euro 2012: Portugal 0 Espanha 0 (2-4 p)

O sonho chegou ao fim.
Fomos muito bons contra os melhores.
Podia perfeitamente ter caído para o nosso lado. Infelizmente foi para o deles.




Não vou fazer a crónica ao jogo. Não há condições.
Estou orgulhoso deles todos e do PB também.


Só uma nota, dita pelo meu pai em conversa no intervalo do jogo: é uma pena não ter-mos um ponta de lança ao nível do resto da equipa (sem o CR). Podia ter feito a diferença.
E também não temos banco, acrescento eu.


Fica para 2014 o nosso primeiro título. Pode ser que nessa altura já o Nélson seja um PL a sério.


Espero que o Basel84 se aguente até lá para voltar a escrever estes textos sobre a selecção. E espero que Portugal se qualifique. Temos o Marat pela frente.


Em baixo junto os 9 grupos e as regras de qualificação. O nosso grupo é o F. Passam os 9 primeiros e os 8 melhores segundos seguem para um play-off. Na comparação entre os segundos não contam os jogos com o 6º lugar. Há um grupo que só tem 5 equipas.




"All 53 national associations affiliated with UEFA will take part in the qualification process, with thirteen qualifying places up for grabs. There will be eight groups of six teams and a single group of five teams. The nine group winners qualify, while the eight best runners-up – ranked according to all their games except for games against the sixth-placed team in their group – will play-off for the four remaining spots." da Wiki.


Para terminar o Euro 2012 e estes textos, aqui fica a Ficha de Jogo, feita sem qualquer vontade, e as stats da uefa.




Cheira-me que isto agora vai ser mais azul do que outra coisa qualquer.


A propósito, quando joga o Porto?


PeLiFe

27 de junho de 2012

Euro 2012: Portugal Espanha. Preview

Hoje é o dia.
Como se costuma dizer, para ganhar alguma coisa temos que ganhar aos melhores.
Hoje são os campeões  do mundo e da europa.



Venham eles.

Nada mais a dizer. Agora é só jogar. E ganhar.

POR-TU-GAL

PeLiFe

24 de junho de 2012

História do FC Porto: 1984 / 1985 - Campeões

Depois de 5 anos sem ganhar o campeonato e acabados de perder na final da Taça das Taças, esta era uma época que prometia.


Eurico, Lima Pereira, Inácio, Vermelhinho, João Pinto e Zé Beto.
Frasco, Gomes, Jaime Magalhães, Quim e Futre.

Não continuámos com o António Morais (mal, na minha opinião de puto de 14 anos acabados de fazer) e fomos buscar o Artur Jorge, que tinha sido adjunto do Pedroto em Guimarães, que entretanto falecera.
O Morais, que substituiu o Pedroto em Dezembro de 83, fez uma época muito boa pois, apesar do segundo lugar a 3 pontos do Benfica, levou-nos à nossa primeira final de uma Taça Europeia. E não ganhámos à Juventus por bem pouco.


E estamos a falar da Juventus que, na altura, era capaz de ser a equipa mais poderosa da europa (e  portanto do mundo, claro).
Na época anterior perdeu a Taça dos Campeões na final para o Hamburgo, treinado pelo austríaco Ernst Happel. O capitão era o Hrubesch e andava para lá o Kaltz e o Felix Magath, que marcou um golaço nessa final e que se tornou um treinador de sucesso.
Na época seguinte ganhou a Taça dos Campeões contra o Liverpool (naquele jogo de má memória no Heysel Park).
Quando perdemos a final, a Juve, que era treinada pelo Trappatoni, tinha lá o Tacconi, Gentile, Cabrini, Scirea, Tardelli, Platini, Boniek e Paolo Rossi, entre outros.
Quem acompanhou o Mundial de Espanha de 82, em que a Itália foi campeã, conhece esta malta toda.
Perdemos contra eles mas jogámos muito e fomos roubados.
A equipa do Porto que jogou nesse jogo está lá em cima à direita. Sempre. Ou não fosse este o Basel84.

Mas chega da época anterior.
O defeso foi bombástico.
Vamos buscar o Futre ao Sporting, que nos levou logo de seguida o Sousa e o Jaime Pacheco, numa manobra audaciosa do Sousa Cintra (voltaram a casa dois anos depois, claro).
Estas trocas com o Sporting são incríveis. No ano anterior tinha sido o Gabriel e no anterior o Romeu. Ambos para Alvalade. O Inácio tinha vindo para cima ainda antes disso. E depois disso ainda houve o Gomes, o Oliveira, o Rui Jorge, o Costinha (!), o Peixe (!), o Clayton, etc..

Eurico, Lima Pereira, Inácio, Gomes, João Pinto e Zé Beto.
Vermelhinho, Frasco, Jaime Magalhães, Quim e Futre.
Fomos campeões com 8 pontos de vantagem sobre o Sporting e 12 sobre o Benfica. 
Em 30 jogos perdemos 1 (com o Boavista, logo na 2ª jornada) e empatámos 3 (0-0 nos dois jogos com o Sporting e com o Vizela, fora, na antepenúltima jornada. Já seríamos campeões?). 78 marcados e 13 sofridos.
Ao Benfica ganhámos em casa 2-0 e fora 1-0. Os 3 golos do Gomes.


Ganhámos a SuperTaça ao Benfica (em 4 jogos. Nos dois últimos ganhámos 3-0 em casa e 1-0 da Luz) e perdemos com eles a Taça de Portugal (3-1).

Na Taça das Taças foi miserável, ao sermos eliminados logo na 1ª ronda pelos galeses do Wrexham. Nós os vice-campeões!
Depois de perdermos lá 1-0, ganhámos cá 4-3, com o golo deles aos 89'. Frangos diversos do Borota, que substituía o Zé Beto nos jogos internacionais, depois deste ter sido castigado pela UEFA na sequência dos protestos na Final da Taça das Taças. Na altura o que se dizia é que ele tinha tirado a bandeirinha da mão do fiscal e afinfado com ela na cabeça do incompetente. Não sei se foi, mas se foi, foi bonito. Deve ter sido nessa altura que o Platini ficou com pó ao Porto.


Para além do onze das duas fotos (a posição muda um pouco, mas são os mesmos), jogaram André, Quinito, Semedo, Eduardo Luís, Walsh, Ademar, Costa, Mito, Borota, Paulinho Cascavel, Jacques e Mariano. (o Borota só os jogos com os galeses e os 3 últimos só entraram uma vez cada um).


Para mim estes eram os 5 melhores. Os dois primeiros nem se fala. Os outros 3 eram belíssimos jogadores. Nos seus tempos áureos teriam lugar em qualquer equipa. 






Grande equipa. Bom futebol. Finalmente campeões outra vez.
A última vez tinha sido em 78/79. Tinha eu 8/9 anos.
Soube tão bem.
E depois disto, com excepção de três anos no início do milénio (Sporting dois e Boavista um), nunca estivemos mais do que um ano sem ganhar o campeonato.


Para nos podermos recordar, deixo 3 vídeos: os dois jogos contra os galeses e um jogo contra o Varzim, nas Antas, da 9ª jornada do campeonato nacional.

Wrexham 1 FC Porto 0 - Set. 1984 - Race Horse Stadium, Wrexham

FC Porto 4 Wrexham 3 - Out. 1984 - Estádio das Antas, Porto

FC Porto 5 Varzim 1 - Nov. 1984 - Estádio das Antas, Porto


PeLiFe


NOTA: Com este post faço mais uma adição às equipas do FC Porto que constam na coluna da esquerda. Esta é a oitava e comecei na época de 1977/1978. Na legenda da foto de um onze da época, não necessariamente o mais representativo, constam ainda os nomes dos jogadores que ficaram de fora da foto mas que jogaram mais jogos nessa época.
Do lado direito, para além da foto da final de Basileia de 1984, consta já a foto da final de Viena de 1987. Continuarão a aparecer naquela zona fotos de outras finais europeias do FC Porto. Na legenda incluem-se as substituições. O treinador do jogo ainda não consta, mas vai passar a constar.

Euro 2012: Portugal 1 República Checa 0

Vitória. Estamos nas meias. 
É justíssima e só peca por ser pouco expressiva.


Começámos cautelosos. Para vários entendidos na matéria fizemos mal.
Eu não concordo. Acho que os checos tentaram a sorte deles ao entrar com tudo, na tentativa de nos apanhar de surpresa e marcar um golo. Depois punham-se todos (ainda  mais) lá atrás a ver se aguentavam.
Nesses 10 a 15 minutos tentámos mais desfazer do que fazer.
A partir daí, pegámos no jogo e fomos muito superiores. Mesmo quando ficámos a ganhar.


O Jorge, no Porta19, tem uma imagem linda com as balizas de cada selecção e as respectivas tentativas de golo. Eles têm 1 do Baros e nós temos 19. Diferença brutal.

E estamos a jogar com menos do que 10.
Com 10 seria se jogássemos sem ponta de lança. Com o Hugo Almeida é pior. Prova disso foi o golo certo que o Hugo Almeida roubou ao Ronaldo, marcando de cabeça claramente em fora de jogo, quando o Ronaldo estava nas costas dele completamente sozinho e sempre em jogo. É miserável. Enfim, só espero que seja o Nélson a jogar as meias.


Depois do tal período inicial de grande pressão dos checos, estes foram recuando e acabaram por ficar a defender muito atrás e com o povo todo.
Ainda não tínhamos tudo oportunidade de jogar contra uma equipa a fechar-se muito. E usualmente temos muitas dificuldades e ficamos sem saber o que fazer à bola.
Desta vez foi bem diferente. Fomos capazes de criar, uma vez mais, muitas oportunidades de golo.
E, como referi há uns posts atrás, esta é a única forma de podermos ganhar (e isto é válido tanto para selecção como para o FC Porto, diga-se de passagem).
Não somos capazes, nem nunca seremos, de jogar como os italianos ou os gregos.


Depois de muito tentarmos, lá acabámos por marcar, com o suspeito do costume a fazer a diferença.


Grande momento, registado nas fotos em cima.
Ainda não sei quem recuperou a bola, se é que a jogada não começou nossa.

O Meireles recebe a bola no meio do meio-campo deles e atrasa para o João Pereira, que dá logo na direita para o Nani. Este, sofrendo falta, aguenta-se muito bem e faz um passe fantástico para o espaço vazio (são raros estes movimentos que fazem lembrar os passes para aqueles afundanços). O Moutinho, que já tinha iniciado a corrida quando o Nani fez o passe, dá um pequeno toque para receber e desviar a bola do checo e passa por ele com uma velocidade incrível. Depois saca um cruzamento fabuloso, que felizmente (ou melhor, de propósito) passa por cima do Almeida, aparecendo o Ronaldo a ganhar a posição com uma rapidez brutal e a cabecear "como mandam as regras" e a conseguir, finalmente, bater o Cech.

Destaques:
  • good stuff

Ronaldo - Melhor em campo. Pela segunda vez consecutiva. Por tudo e pelo golo. Por ser um verdadeiro super-homem que está uns degraus acima do resto dos mortais e que está o jogo todo a tentar incansavelmente ganhá-lo.
E por ter momentos  mágicos como este (em baixo), em que recebe de peito no ar (passe fabuloso do Meireles) e roda limpando dois checos e remata ao poste. Muito bom. É o maior.


João Moutinho - Não foi o melhor, mas esteve lá muito perto. Se o Cech não tivesse feito uma defesa incrível naquele remate de fora da área, poderia ter sido (Viram o Nani a deitar-se para não prejudicar esse remate? Lindo).
Fez um jogo espectacular. Principalmente na segunda parte, foi um 10 a sério que correu o campo todo um monte de vezes e fez jogar toda a gente.
A jogar assim, fico com muito medo que o venham cá buscar. Pode jogar em qualquer lado. E joga tanto melhor quanto melhor são os companheiros de equipa. Por isso é que já joga mais no FCP do que jogava de verde e branco e imagino que venha a jogar ainda mais se se mudar para um Madrid, Barcelona, United ou City.
Em baixo o momento em que o Moutinho vê o Ronaldo marcar, depois de fazer aquela corrida e aquele centro. Do melhor.




O resto da malta exceptuando o Hugo Almeida - Todos muito bem e a jogar nos limites do esforço e da concentração. Centrais impecáveis e laterais a subir (JP quase marca!). Meireles melhor (menos os remates, que continuam miseráveis) e Veloso continua muito bem. Nani bom, mas um pouco pior. Patrício menos nervoso.

  • not so good stuff

Hugo Almeida - É mau de mais. Roubou um golo quase quase certo ao Ronaldo e falhou duas oportunidades de ouro. Centros teleguiados do Meireles e do Coentrão que apanham o gajo inacreditavelmente isolado à entrada da pequena área. It doesn't get better than that.
Por favor PB põe o Nélson.

E agora que venha a Espanha.
Vou perder uns anitos de vida a ver isto, mas estou confiante.
Já nos estou a ver campeôes da europa.

Em baixo o resumo em HD e as habituais ficha de jogo e estatísticas da UEFA.



PeLiFe

21 de junho de 2012

Euro 2012: Portugal - República Checa. Preview

Como referi há uns 2 ou 3 posts atrás, o que eu recordo destes gajos é ter sido eliminado em 96 com aquela jogada e aquele chapéu ao Baía. 
Já me recordaram que também jogámos com eles em 2008. Já não me lembro bem. Fui ver e junto os onzes e fichas dos 4 jogos dessa fase final.

Ganhámos 3-1 no segundo jogo (e mais difícil) da fase de grupos. Os outros eram a Turquia e a Suiça.
O mágico Deco "abriu o activo" (isto escrito ainda é mais estúpido do que dito, mas não encontrei nada melhor assim de repente. Mas em futebolês é óbvio), o Ronaldo fez o 2-1 aos 63' e ofereceu o 3-1 ao Quaresma, ao cair do pano.



É curioso verificar que, 4 anos volvidos, só sobram 3 jogadores na equipa que jogou com os checos: Ronaldo, Moutinho e Pepe.

Se virmos o onze que jogou e perdeu com a Suiça, quando já estávamos apurados, já vemos outras 6 caras actuais conhecidas: Veloso, Alves, Meireles, Nani, Postiga e Quaresma. Há ainda o Hugo Almeida, que foi entrando nestes jogos.


É interessante perceber que da "segunda linha" da selecção houve 5 que subiram à primeira linha.

Diga-se que estes 5 podiam ser só 3, se cá estivessem o Carvalho e o José. Mas essa é outra história e talvez ainda volte a ela mas, caso não o faça, aqui fica o que penso sobre estes dois casos: apoio o PB inequivocamente no caso Carvalho (abandono do estágio na véspera de um jogo oficial é razão mais do que suficiente) e, no do José, também o apoio, mas aqui foi a palavra de um contra a do outro (tanto quanto sei), pelo que fica sempre a dúvida (até pelo passado de conflitos do PB com jogadores e também porque o José, no FCP, nunca me pareceu homem para andar a simular lesões para não jogar).

O importante a reter é que mantivemos os melhores (e que 3!) e deixámos de lá ter o Ricardo.

Este Ricardo nunca me convenceu. Nem como herói sem luvas do 2004 (já referi algures que achava que com o Baía nós tínhamos ganho o Euro).
Aquele terceiro golo da Alemanha, que nos pôs fora do euro logo nos quartos de final, é antológico. Já pouco recordava do jogo com os checos, mas a cara do Ricardo a sair-se ao Ballack, de olhos fechados e em posição de quem se está a sentar na sanita, ficou-me gravada no espírito.
Aqui fica o momento em 3 ângulos diferentes, mas sempre ridículo e trágico.




E com este cromo fecho o olhar para o passado.
Só para o Euro 2008 não ficar incompleto, aqui fica a ficha do jogo com a Alemanha nos quartos, sacada da wiki.


E quem é a República Checa actualmente? Não sei bem. Conheço poucos.
Há 2 que já lá andavam em 2008, o Cech e o Baros. São bons mas já foram melhores. O Cech ainda brilha, mas o Baros é mais Nuno Gomes.

E depois há o Rosicky. O maestro. O verdadeiro 10.
Gosto muito deste jogador e desde há muito tempo. Apanhámos o Sparta de Praga em 1999/2000 na fase de grupos da Champions. O miúdo, com 19 anos acabados de fazer (tem agora 31), jogou os dois jogos e foi, de longe, o melhor. Fiquei com esperança que o PdC o fosse lá buscar, de tal forma o gajo brilhou. E naquela equipa e com aquela idade, não teria sido muito caro. Foi para o Dortmund, onde ficou meia dúzia de anos. Jogou os últimos 6 anos no Arsenal.
Não esteve no Euro 2008 por lesão.

O onze que jogou contra a Alemanha.


Cá, no Euro 2004, o Rosicky já esteve  e os checos brilharam. Só caíram aos pés dos gregos (sounds familiar?) nas meias finais.
Na fase de grupos ficaram (olha, olha!) com a Alemanha e com a Holanda. Ganharam os 2 jogos (pois é) e ficaram em primeiro do grupo, com a Holanda em 2º e a Alemanha a voltar para casa. Nos quartos de final espetaram 3 secos à Dinamarca.

Em resumo, jogámos 11 vezes com os checos, nas quais ganhámos 4 e perdemos outras 4.

(e dizia eu que tinha fechado o passado. Mas desta é que é.)

Actualmente não estão assim tão bem. Falharam a qualificação para o Mundial 2010 (atrás da Eslováquia, o que lhes deve ter custado) e começaram o europeu a levar 4 batatas dos russos.

Chega dos checos.

E nós? Nós nada. Nada a dizer. Já está tudo dito. E o PB também não muda nada.
É jogar, correr e ganhar.



Tem que ser e acho que vai ser.

Depois venham os espanhóis ou os franceses. Qualquer um deles me dará um especial gozo mandar para casa.

E que os gregos ganhem aos alemães e reeditamos a final de 2004, reescrevendo o final, claro.


POR-TU-GAL!

PeLiFe

20 de junho de 2012

Portugal 2 Holanda 1

Grande jogo. Grande vitória. Grande Ronaldo.



Esta imagem é fantástica e diz muito sobre o que se passou. Com licença. Deixem passar que eu vou ali marcar um golo.

A coisa até começou mal. Ou melhor bem, porque é um grande golo e porque nos acordou.



Os 10 a 15 minutos que se seguiram foram do melhor que já vi a selecção fazer. Conseguimos criar umas 5 claras oportunidades de tempo nesse período, o que é assinalável, pese embora as limitações da defesa holandesa.
O facto de também o termos conseguido fazer contra a poderosa Alemanha, deixa-me muito esperançado para o que aí vem.
Essa nossa pressão tem o seu clímax com o golo, aos 28min, já depois do Ronaldo ter enviado uma ao poste, 5 minutos depois do golo deles.


Recuperação de bola do Miguel Veloso, que faz tabela rápida com o Nani e passa para o João Pereira. Este faz um passe a rasgar absolutamente fantástico para o Ronaldo, que dá um toque para dominar e remata com convicção e classe, sem hipóteses para o guedes. Lindo.



A primeira parte continua empolgante. Com 1-1 atacámos muito mais do que com 0-0. Porquê? Porque nessa altura as palavras do treinador estão esquecidas e o que está na cabeça dos jogadores é dar a volta e ganhar o jogo. Foi uma primeira parte excelente e com um jogo tão aberto que se torna difícil manter alguma calma.
A confirmação daquela ideia da influência do treinador vem com o recomeço do jogo, depois da palestra ao intervalo. Não entrámos a jogar mal, mais estávamos bem menos impetuosos.
Continuámos a defender bem na segunda parte, com uma ou outra excepção, e a criar, com facilidade, oportunidades de golo. A do Nani é o expoente máximo, depois de jogada e passe delicioso do Ronaldo.
Também deu para ver pormenores como este. Uma delícia.




E, finalmente, o segundo golo.


Recuperação de bola do Miguel Veloso (again!), deixando para o Pepe que, ao contrário dele, estava de frente para o ataque. Pepe, a dois toques, dá rápido para o Ronaldo, que está a meio do nosso meio campo. Este passa para o Moutinho que estava a trás dele, mas o passe foi para a frente, o que imprime logo uma velocidade enorme à jogada. O Ronaldo depois de passar para o Moutinho, dispara para o ataque. O Moutinho, dá um toque para receber a bola e, no timing certo, faz o passe para o Nani. Este, de primeira, faz um passe de morte, a cruzar a defesa toda, para o Ronaldo, que não tinha abrandado desde que tinha feito o passe para o Moutinho. Com um toque e um pequeno jogo de corpo recebe a bola e fica à espera que o van der Wiel encoste o traseiro à relva (esse momento parece, mesmo em tempo real, algo como se fosse em câmara lenta. Parece que vemos a holandês a ter a perfeita noção do que lhe está a acontecer mas a ser incapaz de contrariar a primeira lei de Newton). Outro toque para ajeitar a bola e um terceiro para a meter na gaveta. Fantástico.



Até ao final ainda deu para ver o Ronaldo enviar mas uma ao poste, mas desta vez o guedes nem se mexeu. Foi pena. Era merecido.

Destaques:
  • good stuff

Ronaldo - Claro. Nem é preciso dizer porquê.

Um pequeno aparte, desculpem:
Quando o vi marcar o golo ao Barça em Nou Camp, depois da época brutal que fez e oferecendo o título ao Real Madrid em casa do rival (a tal equipa maravilha impossível de derrotar), e fazer o que se vê em baixo, pensei: "é o maior". Ponto final.



O Mourinho já tinha atingido esse ponto há uns anos. O Ronaldo, para mim, foi nesse dia. Tenho um orgulho enorme no Ronaldo e no Mourinho e na sua brutal competência naquilo que fazem.
Mais o Mourinho, desculpem. Este é mesmo o maior, incontestado. Não tem nenhum Messi a ensombrá-lo. Não. O Pep não se compara. Ele que vá provar o que vale fora dali. Depois falamos e posso dar o braço a torcer. Por agora é o número um e a milhas do resto.
Acho incrível estes dois homens, sozinhos, fazerem com que quase todo o planeta saiba o nome de Portugal. E isto tem um impacto enorme no nosso país.

Nani - Apesar do falhanço incrível, continua a jogar muito. Dos melhores e sempre com uma atitude ofensiva.

Defesa - Contra um ataque destes, só ter permitido o que permitiu e ainda ter os dois laterais a aparecer com muito perigo no último terço do terreno, é notável. O João Pereira calou os críticos e o Coentrão voltou a ser muito perigoso e esteve à beira de marcar o 2-1. O Pepe está verdadeiramente imperial. Limpa tudo e lança tudo para o ataque. Um monstro. O Bruno Alves continua a fazer um europeu muito bom. Quase sem falhas ou faltas.

Miguel Veloso - Está nos dois golos e em inúmeras recuperações de bola e jogadas de ataque. Já o tinha dito, este homem tem potencial para ser um Paulo Sousa. Aliás, não é potencial é capacidade, pois já o provou. Só tem é que ser regular. E ainda pode ser decisivo num livre descaído para a direita.
  • not so good stuff
Meireles - Está cansado o nosso careca tatuado. Jogou que se fartou no Chelsea este ano e teve um final de época extremamente exigente. Já no Porto era quase sempre substituído lá para os 70 minutos porque estava estoirado. Este ano o Di Matteo não quis saber disso e, do que me recordo, jogou jogos inteiros, uns atrás dos outros.
Em forma, é um jogador importantíssimo para a selecção (e para qualquer equipa. Não é por acaso que foi eleito pelos adeptos do Liverpool o melhor jogador da época anterior).
Mas, infelizmente, está de rastos. Gostei do Custódio. Entrou bem. Talvez possa ser uma solução. Isso ou o Viana. Nunca o Micael. Por favor.
Apesar de tudo, não esteve mal, pois ninguém esteve mal. Nem o Rolando, apesar de não me lembrar de o ver tocar na bola.

Postiga - Desculpem a insistência, mas a diferença não é óbvia quando entra o Oliveira? O ataque passa a ser mais inteligente, nem sei explicar porquê. No lance do segundo golo o Oliveira está sempre na jogada, mas não chega a tocar na bola. Teria dado com o Postiga? Ou teria, por exemplo, tentado chegar à bola no centro do Nani, e com isso acabar a jogada com um remate frouxo, provavelmente ao lado.

Em baixo, para memória futura, fica a minha Ficha de Jogo e as estatísticas da UEFA.

Uma nota final sobre o timing deste post:
Eu contava tê-lo feito mais cedo, mas, para além de um stress job-related que me obrigou a esquecer a existência do blogue no Domingo após o jogo, tive um problema relacionado com o crescente número de visitas ao Basel84. O primeiro texto que postei é de 27 de Maio. No dia 1 de Junho tive 8 visitas. No dia 6 bati o record com 120 visitas, só ultrapassado no dia 15 com 211. De repente, no dia 17, dia do jogo, tive 787 visitas.
E qual é o problema? O problema é que fiquei envergonhado e assustado. Escrever para ser lido por uma dúzia de pessoas, quase todas elas convidadas por mim por sms, é uma coisa. Escrever para ser lido por 800 pessoas num só dia, é muito diferente.
Ou deveria ser, pelo menos. Deveria ser melhor, mais bem escrito, com textos mais equilibrados e mais frequentes.
Lamento, mas aqui não há nada disso.
Vai continuar a ser escrito com as limitações visíveis, tanto na elaboração do texto como na capacidade de análise.
Também não há notícias na hora, informações privilegiadas ou conhecimentos enciclopédicos de bola.
É só isto que se vê. What You See is What You Get.

Não quis deixar dar esta explicação e baixar as expectativas dos visitantes.

Este crescendo deve ter sido um fogacho qualquer por causa da selecção e não tarda volto à dúzia de leitores. É mais fácil.

PeLiFe


Puto holandês de 2 anos diz o nome dos jogadores da selecção

Achei lindo.
O facto de ele saber e, em particular, a forma como o diz.
O Schaars é fabuloso. O Van Persie, o Mathijsen, o guedes e o Van Bommel também são muito bons.


PeLiFe

17 de junho de 2012

Parabéns ao Fernando Santos. Engenheiro do Penta.

Se me perguntassem, eu diria que queria que os gregos fossem eliminados. Ou que, passando, jogassem connosco para podermos ter o gozo de os mandarmos para casa.




Não aconteceu e passaram. E com o engenheiro do penta ao leme, o que é bonito.

Bonito é também que os gregos possam ter alguma coisa para festejar.
Apesar do Euro 2004 estar atravessado, e muito, sabe-me bem ver os gregos satisfeitos, nem que seja desta forma, necessariamente efémera.


Não pensei que passassem. Tinha os russos como favoritos e ficaram de fora. Mostra o pouco que sei disto.


Parabéns ao Fernando Santos e aos gregos.


E já agora parabéns aos checos e que tenham uma alegria curta por levarem já com os portugueses nos quartos.


PeLiFe

Portugal - Holanda: Preview e Camisola da Selecção Nacional no Euro 2000

Contas esquecidas, que isso agora não interessa nada, vamos à bola.



Os gajos que aí vêm, apesar de terem levado umas ensaboadelas recentes dos nossos rapazes, não são pêra doce e, como me lembrava ontem o meu cunhado, não sei se alguma vez saíram numa fase final logo na fase de grupos e sem qualquer ponto. E são só vice campeões do mundo.

Tenho um receio especial por este trio de topo.


E quem pode deixar este dois no banco, que tinham, de caras, lugar no nosso onze, não pode ser uma selecção fraca.


Huntelaar e Van der Vaart no jogo com a Alemanha

Vai ser difícil, mas estou, uma vez mais, optimista.
O nosso Ronaldo ainda não brilhou, o Oliveira ainda não marcou e o Meireles ainda não acertou um remate.
E estou convencido que ainda vou ver isto tudo acontecer.
Como nestes 3 vídeos (mas sem o Nani a estragar um melhores golos que já vi o Ronaldo marcar. E eu estava no Dragão a ver ao vivo aquela bomba do gajo que nos eliminou da Champions).


A equipa deve ser a mesma, com o mesmo espírito, mas com mais acerto e inspiração e com maior apoio defensivo à esquerda.

Há que tentar ganhar, pois contra estes laranjas deve ser mesmo a melhor estratégia, mas é imperioso não perder.
  • A Camisola do Euro 2000
A camisola em baixo foi-me comprada pelo meu pai no Euro 2000. Salvo erro em Eindhoven, depois da reviravolta do Portugal Inglaterra. Que adrenalina!
Foi a minha primeira (e única) camisola oficial da selecção. É grená e é linda.


Desde então acompanha-me em quase todos os jogos da selecção. Não sei se não terão sido mesmo todos. Acompanha-me no sofá, porque ao vivo foram poucos.

        

              (que bela selecção era esta!)

À semelhança de outras ocasiões, foi assim agora no Portugal Alemanha, em que a levei numa mochila para casa do meu cunhado, para a festa de anos do meu sobrinho. Na altura certa foi vestida para assistir ao jogo.

Neste Portugal Dinamarca, que vi em casa, apercebi-me por volta dos 75 minutos que estava a ver o jogo sem a camisola. Esta mudança foi mal encarada pela companhia (mulher, filha e sobrinha), tendo em conta o resultado positivo na altura. Não liguei, claro.
Mal me sentei com a camisola orgulhosamente vestida, levámos o golo do empate.
Passou-me pela cabeça reformar a camisola, perante exemplo tão claro de uma influência negativa directa no acontecimento real que se estava a passar a mais de 3.500 km de distância.
Felizmente apareceu o Varela e repõs a ordem no universo.

Venham daí os holandeses. Vamos ver se somos nós a limpá-los do mapa e não o contrário, como afirmavam, arrogantemente, os seus jogadores num videoclip que gravaram antes da fase final (Birdie Song). Ninguém os podia parar. Pff.

Entretanto já se sabe que se ficarmos em segundo lugar vamos jogar com os checos. Vingança do Euro 96 em que o Poborsky fez aquela maldade ao Baía e nos mandou para casa?




POR-TU-GAL!

PeLiFe